SAMP – “Sons na Eira” diminui isolamento de idosos e cria obras de arte sonoras

Recuperar o Património Cultural das comunidades pelo olhar dos que têm mais de 65 anos é um dos grandes objetivos do projeto inovador “Sons na Eira”, que se desenvolve atualmente nos Municípios de Leiria, Marinha Grande e Pombal.

Filho do programa galardoado “Museu na Aldeia”, este projeto da Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP) pretende “diminuir o isolamento social, promovendo a criatividade na idade sénior por meio do património cultural” e, ao mesmo tempo “fomentar o bem estar social dos idosos”, refere Raquel Gomes.

De acordo com a coordenadora dos vários projetos que integram o programa “SAMP Contigo”, as obras de arte que “estão a ser criadas são à base de sons e música”, explicando que o objetivo “é fazer co-criação” do património da cada comunidade.

O reavivar das memórias coletivas em comunidades mais isoladas tem sido uma constante neste projeto, sendo notória já a grande adesão dos que têm mais de 65 anos e a cumplicidade com os músicos que integram o “Sons na Eira”.

As danças nas eiras ao som das flautas, o bater das alfaias agrícolas e o roçar das rodas das carroças, a água da fonte e o bater do vidro são alguns dos sons que estão a ser captados, “misturados” com as histórias – “algumas divertidas e picantes” – contadas por quem as viveu.

No concelho de Leiria, as comunidades abrangidas são Lameira e Moita da Roda (União de Freguesias do Souto da Carpalhosa e Ortigosa), enquanto que na Marinha Grande, o projeto desenrola-se nas comunidades da Moita e Vieira de Leiria.

Já em Pombal, a escolha do Município recaiu nas aldeias de Estevães (União de Freguesias da Guia, Ilha e Mata Mourisca) e Infesta (União de Freguesias de Santiago e São Simão de Litém e Albergaria dos Doze).

As criações serão apresentadas através de um espetáculo e exposição, e vão integrar o Museu Virtual – Museu na Aldeia da SAMP.

A Sociedade Artística Musical dos Pousos é uma instituição de Utilidade Pública, fundada em 1873, e envolve cerca de 10 mil pessoas, entre alunos, professores e utentes.

Para além da Filarmónica, corpo histórico da instituição, de uma Escola de Artes com Ensino Oficial de Música e várias formações corais e instrumentais, a SAMP desenvolve, em parceria com diversas instituições, um vasto leque de programas nos âmbitos da formação, musicoterapia e arte comunitária.