No passado dia 15 de março, o projeto SAMP Museu na Aldeia acompanhou a Aldeia de Ateanha (Ansião) ao Centro de Artes das Caldas da Rainha. A equipa artística SAMP celebrou, com estes idosos, a inauguração da obra coletiva que criaram em conjunto, com o apoio do Município de Ansião, da Junta de Freguesia de Alvorge, do CDRSP – Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto, das empresas Mendesinov, AmCubed e do Arquiteto Luís Monteiro Ferreira. 

A obra “Banco da Amizade” estará patente no Espaço da Concas, de 16 de março a 19 de junho de 2022, sendo acessível ao público de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, bem como sábado e domingo, das 09h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h00. Poderá consultar o cartaz da exposição aqui.

Aldeia de Ateanha

Freguesia de Alvorge, Município de Ansião

A aldeia de Ateanha, onde atualmente residem pouco mais de três dezenas de habitantes, conta com registos de ocupação populacional desde o período romano, sendo que, de acordo com alguns historiadores, o nome de Ateanha poderá ter origem germânica, de Atilanes, plural de Átila. 

Na aldeia, podem ainda encontrar-se poços comunitários, como a Fonte dos Mouros e o Poço Carril, bem como uma lagoa utilizada para lavadouro, rega de terrenos agrícolas e dar de beber aos animais. A capela, antiga Igreja Matriz da Paróquia de São Martinho, está construída no cimo de Ateanha e tem, no seu interior, uma escultura em pedra calcária do século XV em homenagem ao padroeiro São Martinho de Tours. De características rurais e montanhosas, pode identificar-se ao longo do percurso pedestre da aldeia a consistência pedrosa do terreno, para além de vários espaços que são um verdadeiro miradouro para paisagens encantadoras.

Banco da Amizade

A obra coletiva “Banco da Amizade” desenvolvida pelos idosos de Ateanha, no âmbito do projeto SAMP Museu na Aldeia, teve como ponto de partida a escultura “O Banco de David”, da artista Susanne Paucker. Esta escultura, cedida temporariamente pelo Centro de Artes das Caldas da Rainha para ficar em exposição na aldeia, causou tanto impacto junto da comunidade que os seus habitantes não queriam que ela voltasse para o museu. Deste modo, o grupo de idosos propôs-se a criar uma nova obra da sua própria autoria: um banco. O processo criativo desta obra envolveu a implementação de exercícios de design thinking, junto da comunidade que permitiu aos intervenientes idealizar as características do banco a construir, incluindo o realce da pedra enquanto elemento representativo de Ateanha.

Mediados pela equipa SAMP, os participantes promoveram uma visita até ao ponto mais alto da aldeia, com o objetivo de selecionar as pedras cuja geometria serviu para definir a forma do banco. A construção desta obra contou, ainda, com o apoio de uma equipa especializada que executou a digitalização 3D das pedras, desenvolveu o projeto técnico e ficou responsável pela sua impressão 3D em betão, revelando o processo verdadeiramente comunitário e inovador por trás da sua criação.

Poderá consultar a ficha técnica aqui.