No dia 19 de junho (quarta-feira) de 2019, a SAMP, representada pelo Diretor Pedagógico Simão Francisco recebeu uma distinção da Acesso Cultura Atelier-Museu Júlio Pomar em Lisboa. Neste especial dia emotivo, a Menção Honrosa que premiou o projeto “ÓPERA NA PRISÃO” destaca o trabalho desenvolvido em torno desta população, e neste contexto prisional, em que até as Artes podem ser motores de transformação.
Desde 2004 que o projeto pioneiro e inovador vem sendo desenvolvido, de uma forma regular, constituindo-se como referência a nível nacional e internacional . Num ambiente prisional, os jovens reclusos recebem ferramentas de equilíbrio e desenvolvimento pessoal, profissional e artístico que lhes permitem uma (re)integração na sociedade, realizando simultaneamente um trabalho com os técnicos, guardas prisionais, e familiares e amigos destes reclusos. A criação do CAP (Centro de Artes Performativas) permanente do Estabelecimento Prisional Leiria – Jovens (EPL), aberto à Comunidade, e a recriação e produção de uma ópera interpretada por 57 jovens reclusos, acompanhada pela Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), presenciada dentro do EPL e no Grande Auditório da FCG por mais de 1.600 pessoas, é um indiscutível exemplo de uma politica que promove o acesso físico, social e intelectual à participação cultural, tanto por parte dos reclusos, como de suas famílias e amigos, e guardas prisionais, passando pela admirável recetividade, por parte dos Serviços Prisionais, à abertura de portas do EPL à Comunidade, numa partilha intra e extramuros, culminando numa transformação dos intervenientes e sensibilização da comunidade em geral.
Por tudo isto, acreditamos ser uma porta especialmente aberta às Artes e à Cultura, sem qualquer barreira ou limite, pois colocar a Arte na vida de todas pessoas, independentemente das condições de quem a faz e recebe, é o lema da SAMP desde 1873, garantindo que todos os seus projetos se diferenciam pelo desenvolvimento de boas práticas na promoção da inclusão e da melhoria das condições de acesso à cultura.
O projeto “Pavilhão Mozart” da SAMP é financiado pelo Portugal Inovação Social, PARTIS – Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Caixa Agrícola de Leiria, Câmara Municipal de Leiria, Escola de Dança Clara Leão, Leirena Teatro, entre vários outros parceiros e amigos que tornam possível momentos como este.
O júri dos Prémios Acesso Cultura foi composto por Nuno Santos, responsável pela acessibilidade no Teatro São Luiz, em Lisboa, Paula Varanda, investigadora e gestora cultural, membro da Acesso Cultura, e pela arquiteta Susana Machado. O júri destacou que o projeto “tem vindo a ser desenvolvido desde 2004 de uma forma regular e sustentada, e que foi pioneiro a nível nacional, constituindo-se como referência”.
Mais informações sobre os Prémios Acesso Cultura 2019 aqui.