Em mais uma parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, a SAMP e o projeto TRACTION organizam a Conferência “Desenvolver Capacidades: repensar o valor social da cultura”.
Qual o papel social da arte? Embora a questão seja debatida desde a época de Platão, tem vindo a ganhar novo fôlego na sociedade atual. Parece cada vez mais claro o papel que a arte pode desempenhar para a aquisição de competências e confiança do indivíduo, assim como para fortalecer a inclusão social ou o sentimento de comunidade.
O que poderá isto significar para os artistas, investigadores ou decisores políticos? Será que implica sobrecarregar a cultura com obrigações sociais desadequadas? Ou será uma questão de reinventar as relações entre os criadores de arte e quem a experiencia – reconhecendo que a antiga fronteira entre estes grupos é agora permeável?
Estas serão as questões exploradas nesta conferência internacional, coorganizada pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Traction, um projeto de investigação interdisciplinar que desenvolve novas tecnologias digitais para a cocriação de óperas com as comunidades de Barcelona, Dublin e Leiria – Estabelecimento Prisional para Jovens, no qual a SAMP está integrada.
A Conferência “Desenvolver Capacidades: repensar o valor social da cultura” tem como objetivo promover o encontro entre instituições culturais, participantes e especialistas da tecnologia, no qual poderemos ouvir e debater sobre o novo pensamento europeu relativo à cultura e à sociedade, compartilhar ideias com outras pessoas interessadas pelo valor social das Artes e experienciar os resultados artísticos em primeira mão, refletindo o interesse partilhado pelo valor social da participação cultural, mas também a inovação integrada nos processos de cocriação e a sua influência no contexto social em que se inserem os participantes.
A par com os representantes das instituições parceiras do projeto Traction, entre os quais o seu Coordenador François Matarasso, os Coordenadores do Projeto SAMP Ópera na Prisão, Paulo Lameiro e David Ramy, esta conferência juntará convidados de outras entidades com trabalho desenvolvido na área – como Luís Sousa Ferreira (23 Milhas e Teatro Nacional D. Maria II), Maria Vlachou (Acesso Cultura), António Miguel (Maze) ou Ana Rita Barata e Pedro Sena Nunes (Vo’arte) – para refletir sobre o modo como a arte participativa pode ajudar a desenvolver capacidades e talentos individuais e fortalecer os direitos humanos.
O final da conferência contará com a apresentação do recital “O prisioneiro Mozart”, realizado pelos solistas envolvidos no projeto Ópera na Prisão – Traction, Carla Simões, Inês Constantino, Frederico Projecto e André Henriques, que se juntam ao pianista José Brandão e a um quarteto de cordas para interpretar árias e momentos de conjunto das duas obras mais cantadas no Pavilhão Mozart ao longo do projeto, “Don Giovanni” e “Così fan tutte” de Mozart. A entrada para este último momento é livre, mediante levantamento de bilhete no próprio dia, 06 de junho, segunda-feira, a partir das 10h00, sendo disponibilizados no máximo 2 bilhetes por pessoa.
Este recital é um momento para celebrar este caminho de novas viagens pela e com a arte, que soma já 10 anos de gestação – o tempo necessário para que Mozart nascesse prisioneiro sob a forma de um espaço criativo dedicado às artes, entre os pavilhões da escola, da saúde, da Direção, das Equipas Técnicas de Apoio de Educação, Segurança e Reabilitação, e todos os outros, no Estabelecimento Prisional de Leiria.
A conferência terá lugar no próximo dia 06 de junho (segunda-feira) e será realizada em formato misto, online e presencial, no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, com início às 09h00. A entrada é livre, mas os lugares são limitados à ocupação da sala.
Conferência coorganizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, pelo projeto Traction e pela SAMP. O projeto Traction é financiado pelo programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia.
O projeto ÓPERA NA PRISÃO – TRACTION, é organizado em parceria entre a SAMP – Sociedade Artística Musical dos Pousos, a Fundação Calouste Gulbenkian e o Estabelecimento Prisional de Leiria – Jovens, e é financiado pelo programa de investigação e inovação HORIZONTE 2020 da União Europeia. Conta, ainda, com os apoios da Câmara Municipal de Leiria e da União das Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, entre muitas outras pessoas e instituições anónimas.