A 22 de agosto de 2021 a SAMP celebra 148 anos de Vida, História, Música e Arte em comunidade.
Neste 148º Aniversário, destacamos o que de mais importante existe na SAMP: as pessoas!
Fundada a 22 de agosto de 1873 por um grupo de Pousenses liderado pelo Barão de Viamonte e com atividade ininterrupta desde a sua origem, a Sociedade Artística Musical dos Pousos tem sido pioneira na vida cultural da região de Leiria. Pioneira pelo momento da sua génese, pela capacidade de renovação demonstrada ao longo de quase século e meio de existência, e pelos seus programas educacionais e projetos inovadores no campo da Música. Hoje, os coretos são lares e creches, prisões e hospitais, bairros sociais e centros de dia, palcos e salas de aula, e ao fim de 148 anos celebramos mais um aniversário! Procuramos a inovação, mantendo sempre presente o conceito de tradição e família. Desde o ventre das mamãs, ao som como último colo, a SAMP leva Música, Arte e Amizade a toda a comunidade.
Estes 148 anos de existência ficam marcados por muitos momentos históricos, projetos inovadores, capacidade de reinvenção ao longo dos anos, mas principalmente por cada pessoa que fez e continua a fazer a história da SAMP! São as pessoas que dão vida, alma e cor à nossa Casa e por isso agradecemos a todas as muitas gerações de filarmónicos, direções voluntárias, famílias, professores, colaboradores, alunos, sócios, benfeitores, instituições parceiras e amigos por caminharem ao nosso lado e ajudarem a escrever estes 148 anos de história!
Sinónimo de história, pessoas e música, a nossa Banda Filarmónica SAMP está na origem da instituição e assume-se como garante do crescimento e sustentabilidade da mesma. Foi no dia 08 de dezembro de 1873 que os primeiros sócios músicos da Philarmónica dos Pouzos receberam os primeiros instrumentos musicais. Com eles, subiram dos Andrinos até aos Pousos pela rua que tem hoje o nome do fundador da SAMP, com tal alarido e contentamento, que passou a ser o dia 08 de dezembro a data em que se celebra o nosso Aniversário. Desde aí, a Banda Filarmónica nunca mais parou, tornando-se num grande pilar e a base da criação da SAMP e das outras Formações Residentes criadas posteriormente.
Ao longo destes 148 anos de vida, são muitos os rostos que marcaram a história da SAMP e que ajudaram a elevar o seu nome até aos dias de hoje, procurando a inovação, mas mantendo sempre viva a tradição. Destacamos alguns destes rostos, muito conhecidos entre a comunidade SAMP, que dedicaram e continuam a dedicar grande parte da sua vida à nossa Casa através de ações de voluntariado, como membros das Formações Residentes e de Órgãos Sociais, bem como a cuidar de cada cantinho da SAMP.
António Lameiro é um dos nomes que fez, e continua a fazer, história na SAMP! Natural da Vieira de Leiria, ocupou o cargo de Presidente da Direção SAMP nos mandatos de 1985-1989 e 2000-2001, e atualmente continua a ser um voluntário presente e a trabalhar para o estabelecimento de ensino artístico. Quando se mudou para os Pousos, celebrou dois casamentos para a vida! “Casei-me com a minha mulher que é dos Pousos, e apaixonei-me pela SAMP, tanto assim que me fiz logo associado. Quer dizer, fiz um casamento assim, sem padre nem nada”, revela Sr. Lameiro, como é carinhosamente conhecido. Para além de Presidente, na SAMP já assumiu várias funções, desde servente de pedreiro aquando da sua reconstrução, a membro do Coro SAMP e “pedinte” (como o próprio refere), para instrumentos e fardamento da Banda Filarmónica. Coralista, pai, amigo e conselheiro de jovens, o Sr. Lameiro é a prova viva de que a SAMP “foi sendo construída com o que as pessoas davam de si” e é o resultado do trabalho e dedicação de cada um que cruza o seu caminho com a nossa Casa.
Clotilde Lopes, ou Dona Tila, é uma das grandes mulheres que ajudou a ainda ajuda a construir a história da SAMP! Faz parte desta família há mais de 60 anos e gosta de dizer que é o elemento mais antigo nas fileiras da Sociedade Artística Musical. Foi aos 14 anos que entrou para o grupo de teatro, passando, depois, pelo rancho folclórico, quando a Sede era ainda uma acanhada sala no largo da Igreja dos Pousos. Foi lá que viu televisão pela primeira vez e hoje é uma das vozes mais dinâmicas do coro, ocupando a posição de soprano, mas já foi contralto. “Esta é a minha primeira casa. Estou sempre deserta que chegue o dia ensaio para vir para aqui”, revela D. Tila. Na SAMP, fez muitas amizades e família, e foi aqui que conheceu o seu marido, Carlos Lopes (ou Ti Carlos), um membro também muito importante na história da nossa Casa e, atualmente, o músico mais antigo da Filarmónica. Quando um dia chegou ao ensaio e não encontrou ninguém, Dona Tila não baixou os braços, porque não lhe parecia bem que a SAMP e os Pousos não tivessem um grupo coral, então andou a bater de porta em porta até reunir 18 pessoas para o coro!
Acácio Lopes é mais um nome que escreve a história da SAMP diariamente. Para além de músico e Contramestre da nossa Banda Filarmónica, foi também Presidente da Direção SAMP no mandato de 1975-1976 e, atualmente, ocupa o cargo de Presidente da Assembleia Geral SAMP há aproximadamente duas décadas. Senhor Acácio, como é conhecido, tinha apenas cinco anos quando descobriu que o seu coração batia mais depressa ao ouvir a música que os filarmónicos dos Pousos tiravam de metais, cordas, caixas e bombos e foi em 1954 que iniciou o seu ciclo de aprendizagem de solfejo na SAMP. Apenas quatro anos mais tarde, juntou-se à Filarmónica SAMP e desde aí, nunca deixou de seguir o percurso e crescimento da nossa Filarmónica. “Para mim, que não sou músico (…), o mais importante nesta instituição é mesmo a parte social. Há lugar para toda a gente. Jamais fechámos a porta a alguém”, afirma. Ao longo de uma vida dedicada à SAMP, o amor pela nossa Casa passou de geração em geração, desde os seus antepassados às gerações futuras, trazendo consigo memórias de uma vida inteira ligada à SAMP e à nossa Banda Filarmónica!
Isabel Basílio, ou Dona Isabel, é também uma das grandes mulheres que representam os pilares da SAMP. Com quase uma vida inteira ligada à nossa Casa, foi aos sete anos de idade que entrou pela primeira vez na SAMP: “vim para dar apoio às mulheres que faziam limpeza” – sem imaginar que a tarefa de cuidar de cada cantinho da SAMP lhe estaria reservada anos mais tarde. Foi nos Pousos que conheceu o seu marido e construiu a sua família. “Começámos a ligar-nos à SAMP: vínhamos ao teatro, a espetáculos…”. Nesta caminhada, teve a possibilidade de vivenciar diversos momentos históricos desta Casa, como as celebrações do centenário, a criação da Escola de Artes e do Berço das Artes. “Houve uma mudança radical, muito boa”, afirma, e no meio de tantas novidades, chegou a professora de Acordeão. “Comecei a ouvir e chamou-me a atenção”, e depois de um “empurrãozinho” dado pelas colegas da SAMP, D. Isabel ganhou forças e coragem para seguir o seu sonho. “Uma pessoa pode realizar um sonho em qualquer idade”. Prova viva de força e dedicação, a D. Isabel construiu na SAMP uma segunda família e uma segunda Casa.
Estas ilustres pessoas simbolizam uma ponte entre o passado e o presente, são fonte de inspiração, sabedoria e perseverança. São a base para as diversas frentes SAMP, com vidas inteiras dedicadas a cuidar desta Casa com grande ousadia e inovação, e por isso, neste 148º Aniversário, destacamos estes nomes e estes rostos que tão bem representam a Família SAMP, e que mostram que “mais importante que colocar músicos no palco, é colocar a Música e a Arte na vida das pessoas”.
Parabéns, SAMP!