A 22 de agosto de 2020 (sábado), a SAMP celebra o seu 147º Aniversário e mais um ano de vida e história com a comunidade!
A Sociedade Artística Musical dos Pousos foi fundada a 22 de agosto de 1873 por um grupo de Pousenses liderado pelo Barão de Viamonte. Figura de realce na política nacional, pertencente aos partidos regenerador e progressista, e por duas vezes Governador Civil do Distrito de Leiria, José Dias de Oliveira da Cunha (Barão de Viamonte) foi o primeiro Presidente da SAMP. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu jornalismo, fundando o jornal político A Liberdade e, mais tarde, a 2 de janeiro de 1863, criou o jornal político local, O Leiriense. Foi o seu casamento que o trouxe às terras de Leiria, onde casou e viveu até 1891. Entre as várias personalidades que participaram na constituição desta casa, conta-se Eça de Queiroz como um dos seus primeiros e maiores sócios beneméritos.
Não sabemos se o Barão de Viamonte gostava de música, mas sabemos que gostava dos homens que trabalhavam na sua Quinta dos Andrinos – atual Unidade de Internamento de Doentes de Evolução Prolongada de Psiquiatria (UIDEPP). Se assim não fosse, não teria incomodado o sogro, o Barão do Salgueiro, e o seu antecessor no cargo de Governador Civil do distrito, Eça de Queirós, para juntos conseguirem o dinheiro necessário à compra dos instrumentos que deram origem à SAMP. Foi no dia 08 de dezembro de 1873 que os primeiros sócios músicos da Philarmónica dos Pouzos receberam os primeiros instrumentos musicais. Com eles, subiram dos Andrinos até aos Pousos pela rua que tem hoje o nome do fundador da SAMP, com tal alarido e contentamento, que passou a ser o dia 08 de dezembro a data em que se celebra o nosso Aniversário. Desde aí, a Banda Filarmónica nunca mais parou, tornando-se num grande pilar e a base da criação da SAMP.
A década de 1990 revelou-se um ponto de viragem maior na história desta casa, pois foi quando começou a funcionar a Escola de Artes SAMP que, ultrapassadas algumas hesitações e receios de que o seu funcionamento pudesse pôr em causa a existência da Filarmónica, se afirmaria, obtendo o reconhecimento do paralelismo pedagógico ao ensino público oficial por alvará do Ministério da Educação a 28 de junho de 2002. Com a Escola de Artes vieram, também, novas ideias que se concretizaram na projeção e organização de vários outros programas culturais e pedagógicos, de impacto social maior, projetando a centenária Sociedade para além da região leiriense e das fronteiras do país, como são exemplos os programas Música para Bebés, Saúde com Arte, Pinhal das Artes e Carrilhão.
Após 147 anos e com atividade ininterrupta desde a sua fundação, a SAMP tem sido pioneira na vida cultural da região de Leiria. Pioneira pelo momento da sua génese, pela capacidade de renovação demonstrada ao longo de quase século e meio de existência, e pelos seus programas educacionais e projetos inovadores no campo da Música. Hoje, os coretos são lares e creches, prisões e hospitais, bairros sociais e centros de dia, palcos e salas de aula, e ao fim de 147 anos celebramos mais um aniversário! Procuramos a inovação, mantendo sempre presente o conceito de tradição e família. Desde o ventre das mamãs, ao som como último colo, a SAMP leva Música, Arte e Amizade a toda a comunidade.
São 147 anos de história e a SAMP continua ligada e a trabalhar sob o lema de que “mais importante que colocar músicos no palco é colocar a Música e a Arte na vida das pessoas”.
Parabéns, SAMP!